No dia 10 de abril de 2024, uma nova rodada de diálogo entre o corpo de servidores e o governo federal não alcançou um desfecho positivo, levando a um ime que sinaliza o início de uma greve nas federais a partir da segunda-feira, 15 de abril.
Durante esta oitava tentativa de negociação, a equipe econômica liderada por Fernando Haddad e Esther Dweck, seguindo diretrizes neoliberais, decidiu por não oferecer nenhum ajuste salarial para o ano corrente, colocando condições restritivas para futuras negociações.
A postura do governo revelou-se contraditória, especialmente quando comparada ao discurso público de Lula, que, ao mesmo tempo em que promovia a agenda governamental e o direito à greve, apresentava uma proposta considerada antissindical nas negociações internas, ameaçando cessar as conversas caso as paralisações prosseguissem.
Diante dessa situação, a resposta do sindicato foi de protesto, principalmente contra a cláusula que sugeria a suspensão das negociações na ocorrência de greves ou paralisações.
A contraproposta do governo focou no aumento de benefícios específicos, como o Auxílio-alimentação e a Assistência Pré-escolar, além de um reajuste de 51% no valor da Saúde Suplementar.
Propôs-se ainda a criação de Mesas Específicas e Temporárias até julho, com a promessa de enviar projetos de lei ao Congresso Nacional conforme o avanço das negociações. No entanto, essas medidas foram vistas como insuficientes pela liderança sindical, que criticou a falta de propostas para ajustes salariais substantivos e condenou a condição de não realização de greves como pré-requisito para a continuação do diálogo.
A insatisfação com as negociações culminou na decisão de greve pelo Setor das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes), reunido no auditório Marielle Franco, marcando o início da paralisação para 15 de abril.
Esta decisão ecoa um sentimento de resistência contra o que é percebido como medidas antissindicais e a ameaça de judicialização das greves, similar ao que já está acontecendo em outros estados, como o Ceará.
Além disso, foi reportado que algumas instituições, como a Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e o campus Rio Grande do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), já iniciaram suas greves em 8 de abril, antecipando-se à ação coletiva.
Em uma reviravolta no final do dia, o governo enviou a versão final da proposta discutida na oitava rodada, suavizando sua postura em relação ao direito de greve, numa tentativa de apaziguar os ânimos e possivelmente retomar as negociações.