(Enem/2016) Sentimos que toda satisfação de nossos desejos advinda do mundo assemelha-se à esmola que mantém hoje o mendigo vivo, porém prolonga amanhã a sua fome. A resignação, ao contrário, assemelha-se à fortuna herdada: livra o herdeiro para sempre de todas as preocupações.
SCHOPENHAUER, A. Aforismo para a sabedoria da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
O trecho destaca uma ideia remanescente de uma tradição filosofica ocidental, segundo a qual a felicidade se mostra indissociavelmente ligada à
a) a consagração de relacionamentos afetivos.
b) istração da independência interior.
c) fugacidade do conhecimento empírico.
d) liberdade de expressão religiosa.
e) busca de prazeres efêmeros.
Resolução:
O trecho sugere que a busca de prazeres efêmeros não é suficiente para a conquista da felicidade. Em oposição, a resignação livra o indivíduo de qualquer preocupação, sendo que a renúncia ao prazer permite a independência interior. É importante salientar que há ambiguidade na formulação da questão: é difícil compreender se a pergunta se refere aos elementos que Schopenhauer defende ou aos que ele critica, o que poderia justificar como possível a alternativa E.
Resp.: B
A tradição filosófica a qual o texto de Schopenhauer nos remete é o ESTOICISMO. Doutrina filosófica que defendia uma postura austera, portanto, resignada frente a dor tendo-a como inevitável. Em Schopenhauer, a vida humana é como um pêndulo que oscila entre o prazer e tédio. Assim, sendo inevitável o tédio ou a dor, não adianta lutar contra ela, mas aprender a lidar e conviver com eles. Assim a B é a mais coerente.
Local de provas