A primeira fase do vestibular da Unicamp 2025 apresentou uma prova dinâmica e atual, refletindo os desafios da contemporaneidade e a cultura jovem. Milhares de candidatos de diferentes regiões do Brasil realizaram a prova em 20 de agosto de 2023, que abrangeu uma ampla variedade de temas relevantes e atuais.
Entre os principais assuntos abordados na prova, destacaram-se discussões sobre enchentes no Rio Grande do Sul, o uso de gírias pela geração Z, conflitos internacionais e a relação do clima com questões contemporâneas.
Além disso, temas sociais e culturais foram fortemente explorados, como a análise da música “Macetando”, de Ivete Sangalo, e questões sobre cidadania e direitos das mulheres.
Principais temas abordados na prova
Além de questões voltadas para conflitos internacionais, como a guerra entre Rússia e Ucrânia e os conflitos entre Israel e Palestina, a prova trouxe reflexões sobre o clima e as suas implicações no contexto atual. A prova também promoveu discussões sobre temas sociais, como a memória da ditadura e os direitos humanos na Argentina, além de questões ambientais, como a sustentabilidade, focando na biodigestão de vinhaça do etanol.
Outro ponto relevante foi o destaque dado a temas de saúde, como a epidemiologia da Covid-19 e doenças tropicais, incluindo dengue, zika e chikungunya. Houve ainda questões que exploraram obras clássicas, como a análise crítica da pintura “3 de maio de 1808”, de Francisco Goya, e o mito da caverna de Platão, evidenciando a interdisciplinaridade da prova.
A prova interpretativa e envolvente
Uma característica marcante do vestibular de 2025 foi o enfoque interpretativo das questões. A prova foi descrita como altamente interpretativa, privilegiando a análise crítica e a capacidade de conectar temas do cotidiano com o conhecimento adquirido. Essa abordagem proporcionou uma maior conexão entre os candidatos e os assuntos explorados, fugindo do tradicional decoreba.
Até mesmo disciplinas como Matemática e Língua Portuguesa apresentaram questões com maior ênfase na interpretação, o que marcou uma tendência de valorizar o raciocínio crítico em detrimento da simples aplicação de fórmulas. Candidatos relataram que essa mudança tornou a prova mais desafiadora, especialmente para quem não estava acostumado com esse tipo de abordagem.
Conteúdos e obras literárias exploradas
Das nove obras indicadas para o vestibular da Unicamp, seis foram cobradas na prova. Entre elas, destacaram-se “A vida não é útil”, de Ailton Krenak, “Vida e morte de M.J. Gonzaga de Sá”, de Lima Barreto, e “Niketche: uma História de Poligamia”, de Paulina Chiziane. Obras como “Morangos mofados”, de Caio Fernando Abreu, e “Canções escolhidas”, de Cartola, também foram abordadas.
Além disso, o clássico “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll, também apareceu nas questões, evidenciando a valorização de textos literários que promovem reflexões intertextuais e críticas sociais. Esse equilíbrio entre temas contemporâneos e obras literárias mostrou a intenção da prova em avaliar tanto o conhecimento técnico quanto a capacidade de análise mais ampla dos estudantes.
A estrutura da prova e as impressões dos candidatos
A primeira fase do vestibular da Unicamp 2025 foi composta por 72 questões distribuídas entre diversas áreas do conhecimento: 12 de Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa, 12 de Matemática, 7 de História, 7 de Geografia, 3 de Filosofia, 3 de Sociologia, 7 de Física, 7 de Química, 7 de Biologia e 7 de Inglês. Cada questão valia um ponto, o que demandava dos candidatos um conhecimento amplo e bem distribuído.
Os candidatos relataram percepções diversas em relação à dificuldade da prova. Enquanto alguns a consideraram mais ível, outros mencionaram que a ênfase nas questões interpretativas a tornou mais complexa.
Com mais de 63 mil inscritos disputando 2.537 vagas em 69 cursos, a Unicamp reafirmou a importância de seu vestibular como uma avaliação que vai além da simples memorização, valorizando a reflexão crítica e o engajamento com temas relevantes para a sociedade.