Com R$ 54 milhões em investimento, o programa Futuro Digital vai qualificar jovens e adultos em 12 estados e no Distrito Federal com aulas presenciais e bolsas mensais.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) lançou o programa Bolsa Futuro Digital, uma iniciativa ambiciosa que pretende capacitar 10 mil pessoas em tecnologia nos próximos dois anos. Com formações gratuitas e presenciais, o projeto já está com inscrições abertas e visa alcançar estudantes da rede pública e adultos em busca de qualificação.
A proposta é formar programadores em duas áreas distintas: Desenvolvimento Front-end, focado na parte visual de sites, e Desenvolvimento Back-end, voltado à lógica e funcionamento interno de sistemas. A primeira fase já contempla 5 mil vagas distribuídas em 12 estados e no DF, com prioridade para quem estudou em escolas públicas.
Detalhes da estrutura do programa
A ação faz parte do Conecta e Capacita, política pública do MCTI para formação tecnológica. O financiamento vem dos Programas e Projetos Prioritários de Interesse Nacional (PPIs), previstos na Lei de Informática (Lei nº 8.248/1991), com aporte de R$ 54,5 milhões. Além da formação, o projeto oferece certificação e experiência prática em empresas parceiras.
Segundo a ministra Luciana Santos, essa política representa mais do que capacitação: é uma resposta ao crescimento acelerado do setor tecnológico. A ministra também anunciou que metade das vagas será destinada a mulheres, reforçando o compromisso com a inclusão e a equidade de gênero.
Quem pode se inscrever?
Podem participar do Bolsa Futuro Digital pessoas com ensino médio completo ou em vias de concluir, desde que tenham 18 anos até o fim do curso. É necessário ter estudado em escola pública ou com bolsa integral em escola particular. Também é preciso o à internet para acompanhar as atividades complementares.
O programa não exige conhecimento prévio em programação, sendo uma porta aberta para quem deseja entrar no setor tecnológico, mesmo começando do zero.
Como será a formação técnica?
A formação tem duração de nove meses e é dividida em duas etapas. A primeira fase, com seis meses de duração, inclui aulas presenciais duas vezes por semana, com três horas cada, totalizando 144 horas. Além disso, haverá 56 horas de conteúdo online.
Durante essa fase, os participantes recebem uma bolsa mensal de R$ 100 nos três primeiros meses e de R$ 200 nos três meses seguintes. A segunda etapa é uma residência tecnológica de três meses, com bolsa de R$ 600 mensais para os alunos com melhor desempenho.
Metodologia de ensino
O curso será baseado em Aprendizagem Baseada em Projetos (PBL) e Sala de Aula Invertida (Flipped Classroom). Essas metodologias incentivam a prática, o trabalho colaborativo e a resolução de problemas reais do mercado de tecnologia.
Esses formatos de ensino foram escolhidos para garantir que os alunos terminem a formação com habilidades práticas e prontidão para enfrentar os desafios do setor de tecnologia da informação.
Processo seletivo e trilhas disponíveis
A seleção inclui um teste de raciocínio lógico e o envio de um vídeo demonstrando interesse na formação. Em algumas localidades, pode haver também aplicação de teste automático de Fit Cultural.
Os candidatos devem escolher entre duas trilhas: Desenvolvedor Front-end, com foco em HTML, CSS, JavaScript, React e UX; ou Desenvolvedor Back-end, com aulas sobre lógica de programação, orientação a objetos, Python, Ruby, WebServices e bancos de dados.
Locais onde o programa será oferecido
As aulas acontecerão em polos físicos nos seguintes estados:
Região Norte: Pará;
Região Nordeste: Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Bahia;
Região Centro-Oeste: Goiás e Distrito Federal;
Região Sudeste: Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo;
Região Sul: Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O participante poderá escolher o polo de sua preferência no momento da inscrição. A lista com os polos pode ser consultada neste site https://bfd.softexpe.org.br/.
Parceiros e instituições envolvidas
A execução do projeto está a cargo de três entidades selecionadas: CEPEDI, SOFTEX Pernambuco e H.BR, todas sob a coordenação da SOFTEX. O programa envolve uma rede ampla de universidades e institutos federais e estaduais, reforçando o papel das instituições públicas na transformação social.
Entre os parceiros estão a UFPE, UEPB, IFMG, IFSP, UFF, IFMA e outros. Para o MCTI, essa articulação mostra a força da colaboração nacional para gerar empregos e qualificação em larga escala.
Importância da formação tecnológica
De acordo com a Brasscom, o Brasil precisa formar cerca de 70 mil profissionais de tecnologia por ano, mas atualmente forma apenas 46 mil. Os salários nesse setor podem ser até três vezes maiores que a média nacional, demonstrando a relevância do programa para mudar realidades.
Esse contexto é ainda mais significativo diante dos dados que mostram que 21,2% dos jovens entre 15 e 29 anos estão fora da escola e do mercado, com grande parte composta por mulheres pretas ou pardas. O Bolsa Futuro Digital busca combater essa desigualdade por meio da educação e da empregabilidade.
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