Na prova de redação do Enem, os candidatos são avaliados com base em cinco competências essenciais para a produção de um texto dissertativo-argumentativo eficaz. Estas competências são cruciais, pois evidenciam não apenas o domínio da língua portuguesa, mas também a capacidade de compreensão, organização e argumentação em relação ao tema proposto, além de um compromisso com os direitos humanos. A seguir, detalhamos cada uma dessas competências e elaboramos uma redação exemplificando o seu uso adequado.
Competências da Redação do Enem
1. Domínio da escrita formal da língua portuguesa: Esta competência avalia a adequação do texto às normas gramaticais, ortográficas e de pontuação da língua portuguesa. Os candidatos devem demonstrar um controle preciso dessas regras, evitando desvios e apresentando uma escrita clara e formal.
2. Compreender o tema e não fugir do que é proposto: É fundamental que o candidato entenda claramente o tema sugerido e desenvolva a redação dentro desse contexto, evitando tangenciar ou fugir do assunto principal. A argumentação deve ser consistente e bem fundamentada.
3. Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista: Essa competência avalia a habilidade de construir uma argumentação lógica e coerente, utilizando dados e referências para defender uma tese específica.
4. Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação: Refere-se à habilidade de utilizar recursos coesivos que garantam a continuidade e a ligação entre as ideias apresentadas no texto.
5. Respeito aos direitos humanos: A redação deve apresentar uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos, evidenciando o compromisso com a cidadania e o enfrentamento dos problemas sociais abordados.
Redação sobre o Trabalho Infantil
O trabalho infantil é uma problemática social que compromete o futuro de milhares de crianças no Brasil. Mesmo com o avanço das legislações protetivas, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), essa prática persiste em diversas regiões do país, impedindo o pleno desenvolvimento físico, psicológico e educacional dos menores. A exploração da mão de obra infantil, muitas vezes justificada pela necessidade de complementação da renda familiar, revela a falha do Estado em prover igualdade de oportunidades e segurança social a essas famílias.
No cenário atual, observa-se que a informalidade e a precarização das relações de trabalho são agravantes da continuidade do trabalho infantil. Dados estatísticos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que mais de 1,7 milhão de crianças e adolescentes estão em situação de trabalho irregular. Esse quadro é ainda mais alarmante em áreas rurais e nas periferias urbanas, onde a fiscalização é menos intensa e a vulnerabilidade social mais acentuada.
Para enfrentar essa realidade, é imperativo que o governo intensifique políticas públicas focadas na erradicação do trabalho infantil. Aumento da fiscalização, ampliação de programas sociais e de transferência de renda, juntamente com investimentos substanciais na educação básica, são medidas essenciais. Além disso, é necessário promover campanhas de conscientização que abordem os prejuízos do trabalho infantil e incentivem a denúncia de casos.
Em síntese, a luta contra o trabalho infantil exige uma ação conjunta do governo, sociedade e organizações não-governamentais, com vistas a garantir um futuro digno e promissor para todas as crianças brasileiras. Somente com um compromisso efetivo, será possível erradicar essa grave violação dos direitos humanos e assegurar que a infância seja um período de aprendizagem e desenvolvimento integral, afastado das mazelas do trabalho precoce.
Dicas Comentadas
A temática do trabalho infantil é recorrente no contexto social brasileiro e pode aparecer como proposta de redação no Enem. Para desenvolver uma redação exemplar, considere as seguintes dicas:
- Repertório Sociocultural: Utilize dados e referências confiáveis, como estatísticas do IBGE, informações do ECA e citações de especialistas no tema, para embasar seus argumentos.
- Coesão e Coerência: Utilize conectivos adequados para ligar paragrafos e segmentos do texto, garantindo uma transição suave entre as suas ideias. Palavras como “além disso”, “portanto” e “em síntese” podem ser úteis.
- Proposta de Intervenção: Envolva medidas específicas, detalhadas e viáveis, como aumento de fiscalização, criação de programas sociais e campanhas de conscientização. Certifique-se de que essas propostas estão em consonância com os direitos humanos.
- Clareza e Formalidade: Mantenha uma linguagem clara e formal ao longo de sua redação. Evite gírias, coloquialismos e desvios gramaticais.
- Planejamento: Antes de começar a escrever, faça um esboço do seu texto. Defina a tese que você vai defender, os argumentos que utilizará e como concluirá seu raciocínio.
Ao seguir essas dicas e desenvolver habilidades em cada uma das competências do Enem, você estará mais preparado para escrever uma redação coesa, coerente e impactante.
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